Eu
a amava. Não sei dizer em outras palavras, simplesmente a amava. A amei desde o
dia em que nos conhecemos até o seu último suspiro em meus braços, na cama do
hospital. Amava sua personalidade, suas qualidades, sua sinceridade, sua
extravagância ímpar, seu corpo escultural, sua meiga e sem igual maneira de
dizer que me ama, amava… tudo nela.
Faz
sete meses e dezasseis dias que ela não está mais aqui. Mas todos os dias eu
acordo na esperança de poder revê-la, tudo porque não me acostumei com sua
ausência e não acho que algum dia isso vá acontecer. Para todos ela morreu, mas
não para mim. Ela continua viva e está presente em tudo o que faço: em meus
pensamentos, meus devaneios, meus sonhos, meus momentos de solidão, quando tudo
parece estar desabando ela continua aqui, dizendo que acredita em mim, que tudo
vai melhorar, e o mais importante de tudo: que ela ama-me.
Morreu,
mas continua viva. O cheiro suave do seu perfume, a maciez do seu cabelo, sua
voz delicada, seu toque eletrizantre, seu olhar que me deixa tímido, seus
lábios, sua boca, suas curvas perfeitas, seu sorriso contagiante… morreu, mas
continua viva. Carrego lembranças em mim, bem dentro do meu coração, lembranças
que nunca desvanecerão: nossos amores, nossas brigas, nossas promessas, os
planos que fizemos juntos, lembro-me perfeitamente do nosso primeiro beijo…
tudo que nós vivemos eu continuo vivendo.
Ainda
a amo, não sei deixar de a amar. Aprendi que quando se ama, ama-se inteiramente
e não importa o tempo que nós vivemos juntos, para mim foi uma eternidade e
isso era tudo o que eu precisava.
Ainda
a amo.
Pascoal Gomes
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